O
Natal de Figueiró
Apesar do frenesim que
se vive à volta dos símbolos modernos do Natal que transformaram, por completo, o seu verdadeiro espírito, ainda resta, sobretudo
nos meios mais pequenos, algum espaço para viver algumas das velhas traduções.
Em Figueiró, à falta da
Missa do Galo, os mais jovens tomaram a iniciativa de, na noite da Consoada, ascender a fogueira, no complexo desportivo,
à volta da qual se reuniu um apreciável número de figueirenses que, durante largas horas, enfrentando um frio de enregelar,
entoaram os tradicionais cânticos natalícios. Uma boa maneira de não se perderem canções, algumas delas quase desconhecidas
no país, mas de rara beleza, não só quanto à musica como em relação à letra.
No dia seguinte, a comunidade
cristã reuniu-se, na Igreja, à volta do presépio, para celebrar a Eucaristia e o nascimento de Cristo, a mais importante comemoração
do calendário litúrgico.
Comissão da Festa de S. Eufémia
“Tirar a Janeira”
representa o primeiro acto propriamente dito do ritual a cumprir pela comissão da Festa de S. Eufémia.
Como aperitivo, foi organizado,
na noite de 30 de Dezembro, um baile que decorreu no salão paroquial e que foi abrilhantado pelo Grupo Musical “Monobloco”.
Entusiasmo foi coisa que
não faltou porque o serviço de bar se mostrou eficiente. Procedeu-se à arrematação das tradicionais bolas de carne e realizou-se
o sorteio destinado a angariar os primeiros fundos. Os prémios repartiram-se por Figueiró e Lisboa.
As contribuições reunidas
pelos mordomos, na sua caminhada por toda a aldeia, foram arrematadas com a presença de muitos interessados e curiosos e demonstraram,
mais uma vez, que se mantêm vivo o sentido característico desta velha tradição.
Sepulturas Antropomórficas
Foi há tempos descoberta,
junto ás barragens, uma sepultura antropomórfica que, para os que desconhecem o termo, significa “com a forma humana”.
Em Figueiró existem mais quatro, creio eu. Três delas são referidas no site do Luís Almeida. Encontram-se, outras duas, junto
ás minas dos Azibrais. Alguns atribuem-nas à Idade Média, mas na opinião de um abalizado Professor de História, elas pertencem
ao período Neolítico Final.
São documentos importantíssimos
da história dos nossos antepassados que importa preservar com cuidado.
Oportunamente, me referirei
a elas com mais pormenor.
José Maria Mendes
Manuela Sofia Santos